segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vídeo "Pandemônio": o Pan não é nosso!

Confira o vídeo sobre os Jogos Panamericanos de 2007, ocorridos no Rio, sob a ótica dos movimentos populares:

Comunidade do Laboriaux, favela da Rocinha, organiza luta contra remoções

Na segunda-feira, 31/05, a comunidade do Laboriaux (favela da Rocinha) realizará uma assembléia-geral para tratar da luta contra a remoção. O Laboriaux é uma das oito comunidades cuja remoção total e imediata foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes logo após as chuvas de abril, sob alegação de estarem todas elas em alto risco geotécnico.

Como moradores de outras favelas ameaçadas, os do Laboriaux se organizaram, resistiram às ameaças e procuraram apoio na Defensoria e no Ministério Público. Isso em meio a constrangimentos e abordagens truculentas de funcionários da prfeitura, que levaram inclusive ao falecimento de dois moradores idosos por problemas cardíacos. Dessa maneira, morreram tantas pessoas devido às ameaças de remoção, quanto devido a deslizamentos de encostas em abril.
Um dos principais objetivos da assembléia será pedir a reabertura da Escola Municipal Abelardo Barbosa Chacrinha, que sofreu uma tentativa de demolição (impedida pelos moradores) e está interditada há quase dois meses, embora técnicos que assessoram a Defensoria Pública e a comunidade já tenham concluído que não apresenta nenhum risco iminente.
No dia 25/05, o Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria entregou à Subprocuradoria de Direitos Humanos do Ministério Público do Rio de Janeiro o Relatório e Parecer Técnico sobre o Laboriaux, que contesta as razões alegadas para a remoção completa da comunidade. Antes, já havia encaminhado um relatório específico sobre a escola.
A assembléia, que contará com a presença do Ministério Público, da Defensoria e da Pastoral de Favelas, será realizada às 20h, na Rua Maria do Carmo, bem no alto do Laboriaux, em frente às escola interditada.
Mais informações com Leo (7861-7175) da Associação de Moradores, ou Antonia (3322-8854) da Comissão de Moradores.
Por: Comissão de Comunicação da Rede contra a Violência

domingo, 30 de maio de 2010

Moradores tentam pedir auxílio ao COI contra remoções para Rio-2016


Enquanto membros do Comitê Olímpico Internacional elogiavam o início dos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016, um grupo de manifestantes reivindicava a desistência de remoções comunitárias. Isto ocorreu no dia 20/05, no Rio de Janeiro. Representantes de comunidades localizadas na Zona Oeste da cidade, como a Vila Autódromo, que seriam deslocadas por causa da competição, fizeram plantão na porta do hotel onde aconteceram as reuniões entre a entidade internacional, os três níveis do governo e Comitê Rio 2016 nos últimos três dias.

O grupo, no entanto, disse não ter tido sucesso na tentativa. “Nós trouxemos uma notificação, que foi elaborada pela Defensoria Pública com base em argumentos das associações de moradores para entregar ao COI. Mas, infelizmente, nós não conseguimos ser atendidos”, disse Altair Guimarães, presidente da Associação de Moradores da Vila Autódromo. Segundo ele, a intenção era mostrar para a comissão internacional que é possível ter os Jogos Olímpicos sem remoção.

Além do documento, os manifestantes exibiam faixas com mensagens contra a remoção. Segundo Altair, o prefeito Eduardo Paes já fez duas reuniões com eles para mostrar o projeto das Olimpíadas de 2016 e explicar o motivo da remoção. Os moradores, porém, não aceitam as justificativas. “A verdade é que eles querem nos tirar dali porque realmente acham que a gente enfeia a cidade”, opina Altair.
Confira o documento produzido para ser entregue ao COI.
[Com informações do Globo Esporte]

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Entrevista com Maurício Campos sobre remoções

“Não existe absolutamente a necessidade de remoção completa de nenhuma comunidade”, afirma Maurício Campos, engenheiro civil e mecânico, formado pela PUC/RJ, militante em diversos movimentos sociais e com vasta experiência em obras de contenção de encostas.

Sem filiação partidária ou participação em campanhas políticas, Maurício participa de um grupo de apoio técnico às comunidades dos Prazeres e Escondidinho, que sofreram desmoronamentos (leia aqui relatório complementar sobre estas favelas). O engenheiro acumula 15 anos de atuação em obras de geotecnia, pavimentação e drenagem, saneamento e edificações. Foi responsável técnico por muitas obras de contenção, até 2003, quando o volume de contratos da GEO-RIO ainda era muito grande.

Por que o Rio sofreu tanto com o temporal ocorrido em abril? Foi falta de planejamento e trabalho preventivo de contenção de encostas e drenagem?

Um volume de chuvas tão grande como aconteceu em abril iria causar problemas mesmo se um trabalho preventivo sério estivesse sendo realizado. Basta notar que grandes deslizamentos aconteceram inclusive em encostas sem nenhuma ocupação humana. Entretanto, nas encostas habitadas da cidade, os danos e vítimas teriam sido bem menores caso existisse um planejamento de intervenções pontuais e permanentes de estabilização de encostas e manutenção das obras existentes e sistemas de drenagem. Mas, o que temos visto, ao invés, pelo menos nos últimos dez anos, é a redução do investimento público em tudo isso. E a redução é ainda maior se falamos de obras e manutenção das contenções e drenagem nas favelas situadas em encostas.

Como fica a cidade agora? Você tem conhecimento se háverá algum trabalho efetivo de contenção para evitar novas tragédias? O trabalho de contenção de encostas pode evitar novas tragédias?

Claro que a retomada dos estudos, projetos e investimentos em contenções pode reduzir substancialmente os riscos hoje existentes e evitar maiores tragédias. Contudo, até agora não vi sinais dessa retomada de forma concreta. Mesmos os RS$ 111 milhões de obras em estabilização recentemente anunciados pela prefeitura são voltados principalmente para estabilização de encostas que ameaçam ruas e estradas, pouca coisa está prevista para encostas situadas nas favelas.

Na sua avaliação, qual a necessidade de investimento, hoje, em contenção de encostas?

O investimento em estabilização de encostas, ampliação e manutenção da drenagem, bem como o mapeamento de risco geotécnico e o monitoramento da ocupação das encostas, deveria ser uma política permanente de estado. Um trabalho permanente, com fiscalização e obras pontuais, iria consolidar aos poucos as encostas habitadas, e criar hábitos de ocupação e construção mais seguros entre os moradores das favelas. Mas o que vemos, infelizmente, são surtos de grandes obras logo após tragédias, muitas vezes com objetivos eleitorais, e tudo volta à falta de prevenção quando a poeira assenta.

Clique aqui e leia a entrevista completa.
Publicada no Blog do Eliomar.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

No Brasil, quem tem VOZ?

Quem? Falamos aqui em liberdade de expressão. Lutamos por liberdade e queremos ter os direitos iguais, direitos de toda a sociedade. Não precisamos de muros. Nem muros nem catequização.

Alunas(os) do curso de Comunicação Popular estão reunidos no Sindicato dos Engenheiros, em pleno sabadão de sol, produzindo comunicação popular, comunicação como um direito humano, direito de ouvir e ser ouvido, e pensando coletivamente.

Precisamos de um governo comprometido com as demandas prioritárias da cidade. 20 milhões para um muro na Maré? 3 milhões para um no Santa Marta e 500 mil para câmeras de vigilância? Enquanto o Canecão continua sua invasão criminosa de um espaço público, famílias no Horto estão sendo despejadas. Incêndios criminosos sendo realizados no Centro do Rio. A Vila Autódromo tentou um contato com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e não foi recebida.

Que liberdade queremos? Não precisamos que nos digam quem somos, nem o que fazer: podemos fazê-lo por conta própria e este e o nosso espaço. Enquanto culpam a natureza e as comunidades que moram em morros pelos deslizamentos de terra, a política de habitação nunca foi prioridade do governo, que sempre teve como parceiros preferenciais as empreiteiras, os especuladores e os bancos. Além da ausência há anos, o próprio poder público brinca de iô-iô com a Constituição e com o Estatuto da Cidade. Inspirados nesse mau exemplo, o povo merece e deve ocupar o campo e a cidade.

O direito de expressão e de trabalho dos artesãos e dos camelôs precisam ser reconhecidos, bem como os dos catadores de latinha. O incêndio na Central foi um crime. Como pode um projeto para a região aparecer tão rapidamente? Por que faltou água para os bombeiros apagarem o fogo? Eles nem tentam disfarçar!

Cada um de vocês que estão em suas comunidades precisam se organizar, numa luta pelos direitos de todos, direitos nossos.

Hip Hop fluminense unido para pensar a agência de comunicação do movimento popular!
Não ao muro da vergonha!
Não à remoção!
Moradia não é mercadoria, é um direito de todos!

Assista abaixo ao primeiro video do blog, 'Até a morte', do rapper Fiell:

Confira um trecho da aula do dia 22/05 sobre políticas de habitação do professor Soninho.

A História das Coisas - Dublado Parte 1

CONCLAT: Congresso da Classe Trabalhadora - 5 e 6 de junho



Por Otávio Nagoya
Durante os dias 01 e 02 de novembro, mais de mil trabalhadores reuniram-se na sede do Sindicato dos Bancários, em São Paulo, durante o Seminário de Reorganização Sindical. O principal tema foi a unificação de diversos setores sindicais em uma única central. Estavam presentes entidades representativas dos trabalhadores, entre elas Conlutas, Intersindical, MTST, MTL, entre outras. Ao final do encontro, os participantes decidiram pela realização de um Congresso para oficializar uma nova central sindical. O Congresso da Classe Trabalhadora foi marcado para os dias 05 e 06 de junho de 2010. O debate sobre a reorganização do movimento sindical é antigo. Teve início em 2005, porém, foi em 2009, durante o Fórum Social Mundial que houve avanço em torno de um calendário unificado. Segundo José Maria de Almeida, o Zé Maria, da coordenação nacional da Conlutas, "a chegada do Lula à presidência e o apoio direto da CUT ao governo levou à necessidade de se criar uma alternativa. Isso gerou uma crise entre a atuação dos dirigentes e as necessidades da base". No primeiro dia do seminário discutiu-se a conjuntura do país, e entre os temas tratados foram a crise econômica mundial, o processo de criminalização do movimento sindical, além de avaliações sobre o governo Lula. Todas as falas apontaram para a necessidade da unidade e do fortalecimento da classe trabalhadora. No dia seguinte, definiu-se a data do congresso e a comissão gestora da nova central. Foi nesse contexto político que todos os presentes aplaudiram de pé a decisão de criar uma nova central. "Tal construção pode potencializar o enfrentamento ao capital e ao neoliberalismo e estanca a fragmentação que a esquerda socialista vem enfrentando. Estamos bastante otimistas, mesmo sabendo das dificuldades do processo de unificação. Temos certeza que essa central fará história no Brasil", disse Jorge Luís Martins, o Jorginho, da Intersindical. Juntamente com os sindicatos, setores do movimento popular também participarão da nova central. Para Helena Silvestre, coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), "tanto os movimentos sindicais, quanto os populares são parte da classe trabalhadora que sofreu uma precarização terrível. Assim, a participação dos movimentos populares [na Central] é um ganho no sentido da capacidade de representar os problemas da classe conjuntamente, dando uma resposta a tudo que o capitalismo produziu sobre nossas organizações". Um impasse que ainda não foi resolvido diz respeito à participação de estudantes na nova central. Zé Maria afirma que "a Conlutas é a favor da presença de todas as formas de luta dos oprimidos na sociedade. Achamos que além dos sindicatos, movimentos populares, lutas contra as opressões, os estudantes também devem estar presentes". A Intersindical tem outra opinião: "nós entendemos que o movimento estudantil é um setor policlassista e transitório, assim os estudantes devem ser tratados na central como juventude trabalhadora", afirma Jorginho. Porém, a divergência não será um problema para a unificação dos setores. A decisão sobre a participação dos estudantes será votada pela base dos trabalhadores no Congresso que será realizado em junho de 2010. Na mesma data, os trabalhadores poderão escolher a nova direção da central. Ao final do seminário, o entusiasmo era visível entre os participantes. "Esse momento tem uma importância histórica. Aqui se cria a possibilidade de superar a fragmentação das organizações da classe trabalhadora no campo da esquerda, aqueles setores que são oposição ao governo Lula", afirmou Zé Maria. Para Helena, a iniciativa tem potencial para intensificar o processo das lutas populares. "Se a gente consegue alcançar mais lugares com um programa só, potencializa o efeito de nossas idéias na base, com disputa ideológica, e isso ajuda a não cria mais confusão na cabeça do povo com a fragmentação", afirma. Em todas as intervenções, ficou explícito que a necessidade da reorganização está diretamente relacionada com o atual momento do sindicalismo brasileiro. Jorginho acredita que "as centrais sindicais que existem hoje, infelizmente, cederam à lógica neoliberal. Entendemos que essa nova central vai abrir uma resistência a esse processo de cooptação do governo". Nos últimos meses, as greves gerais decretadas em diversos setores, como nos correios, nos bancos e no INSS, foram reprimidas violentamente. Durante o seminário foram relatadas novas formas de criminalização, como o interdito proibitório, que torna ilegal as greves antes mesmo de serem iniciadas.
Fonte: http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/agenda/1489-congresso-da-classe-trabalhadora-fundacao-de-uma-nova-central

Oficina do Prêmio Cultura Hip-Hop 2010 (RJ)


Acontecerá na próxima sexta-feira, 28 de maio a partir das 18 horas, a oficina do “Prêmio Cultura Hip-Hop 2010 – Edição Preto Ghóez”. Esta oficina será um momento em que os interessados poderão tirar suas dúvidas sobre o Prêmio e ter um treinamento prático de como se realizam as inscrições.

O Prêmio Cultura Hip Hop 2010, lançado pela primeira vez, é uma parceria entre a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), a Secretaria da Cidadania Cultural (SCC/MinC), o Instituto Empreender e a Ação Educativa.

A primeira edição do concurso contemplará 134 iniciativas do movimento Hip Hop, com o valor de R$ 13 mil cada, divididas em cinco categorias (Reconhecimento, Escola de Rua, Correria, Conhecimento – Quinto Elemento, e Conexões). O Prêmio terá recursos de R$ 1,7 milhão e as inscrições, para o concurso, ficarão abertas até o dia 12 de julho de 2010.

Serviço
Data: 28 de maio
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Horário: das 18 às 22 horas
Local: UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 9º andar, auditório 91
Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã, Rio de Janeiro/RJ
Informações pelo telefone (21) 8291-4395

Acesse o site do prêmio: http://premioculturahiphop.com.br/2010/
O edital: http://www.cultura.gov.br/site/2010/04/16/premio-cultura-hip-hop-2010-edicao-preto-ghoez/
A cartilha: http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/04/cartilha-premio-hip-hop1.pdf


Observatório do Hip-Hop

http://observatoriodohiphop.wordpress.com

O que se passa no Haiti Parte I