terça-feira, 29 de junho de 2010

Pega, pega, pega: grito de guerra da mídia contra o povo

Por Claudia Santiago

Quando o dono de um cão quer que ele parta para a ação contra um inimigo, ele diz: pega, pega, pega. Quando a turba se depara com pequenos assaltantes, reage da mesma maneira: pega, pega, pega. Ao ler a matéria sobre ocupação de encostas no Rio de Janeiro, no sábado, 26/06, a gente fica com a sensação de que é isso que O Globo está dizendo para seus leitores: pega, pega, pega. Neste caso, porém, os inimigos são os moradores de favelas. A única linha para dizer que a maior parte das áreas verdes da cidade é ocupada por gente rica está na boca de um morador da Rocinha. O jornal faz de conta que não sabe os ricos ocupam 70% das encostas. De acordo com o Instituto Pereira Passos, 69,7% das áreas ocupadas acima dos 100 metros de altitude estão nas mãos da classe alta. Este dado já foi, inclusive, publicado pelo próprio jornal.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

População de rua em debate no Rio

O centro da cidade do Rio de Janeiro recebe nesta sexta feira, 25, evento que vai discutir uma questão conhecida de quem trabalha por ali. A população de rua. O assunto vem à tona por ocasião do lançamento do filme “Topografia de um desnudo”, de Teresa Aguiar. A exibição do longa-metragem, às 19h no Cine Odeon, na Cinelândia, será seguida de debate sobre Imprensa, Estado e População de Rua.

O filme tem elenco já conhecido do grande público, com Lima Duarte fazendo o papel de um morador de rua. Além dele, Ney Latorraca e Gracindo Junior também estarão na telona. Topografia de um desnudo se passa nos anos 60, e conta a história real da visita da rainha Elizabeth ao Brasil, mostrando o jogo de interesses sociais e políticos na “limpeza” da cidade, com a “operação mata-mendigos”. O filme já foi exibido em mostras de cinema na Índia e na Espanha. No Brasil, participou da Mostra São Paulo 2009, e foi exibido no ato de assinatura da Política Pública para População de Rua, com presença do presidente Lula, em 2009.

Visite o site do filme Topografia de um desnudo,

Lançamento de "Topografia de um desnudo"
Horário: 19h
Local: Cine Odeon – Cinelândia, Rio de Janeiro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Situação ocorrida no Arroio Pavuna

A carta abaixo é uma resposta às ofensas sofridas por Maria Zélia, da Associação de Morados e Pescadores Vila Arroio Pavuna,  por uma senhora, que esteve na semana passada, dia 11/06, apresentando-se como sendo da prefeitura, apesar de não se identicar.


Rio de Janeiro,14 de junho de 2010.

Prezada Senhora Maria das Graças T. S. de Lacerda
No dia 10 de Junho por volta das 16 horas a Senhora e sua equipe estiveram na Vila Arroio Pavuna ,com a intenção de entrar nas casas, para medir e fotografar as mesmas. Atendidos por moradores que informaram para se dirigirem à Associação e falassem com a representante  Dona Zélia,ausente, por não ter sido comunicada com antecedência, que a Prefeitura viria à Comunidade. 

Ao chegar em casa às 17:40h, abordada por dois jovens, dizendo-se funcionários da Prefeitura e queriam autorização  para medir nossas casas. Informei que estava aguardando respostas dos Ofícios que a DEFENSORIA PÚBLICA DO NÚCLEO DE TERRAS E HABITAÇÃO encaminhou à PREFEITURA, ao INEA e à COMCREMAT, empresa esta, que ganhou a licitação para fazer o ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL.
Sendo assim, sem a legal  resposta dos referidos ofícios não seria possível entrar nas residências.         
                                            
No dia seguinte, chegou ao meu conhecimento, que como a Senhora não tinha obtido os resultados desejados, apelou para desclassificar a minha pessoa, na minha ausência, sem me dar o direito de defesa, e é o que faço através desta carta:
A ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E PESCADORES VILA ARROIO PAVUNA, não é de “faz de conta” como a Senhora insinuou, ela foi fundada em 24/08/2008, tem REGISTRO CÍVIL DE PESSOAS JURÍDICAS E CNPJ.
Não fui escolhida por ser mais “BRABA” como a senhora me classificou,mas sim eleita representante da Comunidade, e que no meu entender a expressão ‘’MULHER BRABA” é depreciativa e ofensiva.
E mais, ser também chamada de “BOI DE PIRANHA”, não é elogio, mas é também depreciativo e ofensivo.
Declarar, como a Senhora declarou, “que eu me escondo da Prefeitura e que já esteve aqui por três vezes sem me encontrar”, é no mínimo mais um desrespeito a minha Cidadania, pois eu tenho endereço, tenho ocupações e horários.
Quando lhe informaram que a Comunidade é assistida pelas  Instituições de Direito e Cidadania a sua resposta foi  “que a Prefeitura  quando quer tirar, ela tira, ela tira,ela tira”
Não sabe a Senhora que antes da expressão “a Prefeitura tira” há de se resolver questões como: Estudo de IMPACTO AMBIENTAL, licenças aprovadas pelo INEA, tais como BÁSICO, BIÓTICO E SÓCIO ECONÔMICO, AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAL- PROGRAMAS AMBIENTAIS –ENUNCIADOS e ainda  passar por três fases de Licenciamento, todas aprovadas pelo INEA.
Portanto, Senhora, a metodologia terá que ser aplicada.   
    
Finalizando, após a Senhora ser atendida pela minha pessoa no portão da minha residência, por volta das 18:00h, retornando por telefone, às 19:00h, solicitando meu nome, ao que foi atendido com nome e sobrenome, isto esclarece que não tenho motivos para “me esconder” pois possuo nome,voz, endereço, direitos e cidadania plena.
Sem mais, atenciosamente.
Maria Zélia Carneiro  Dazzi – Associação de Morados e Pescadores Vila Arroio Pavuna.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Há 20 anos reassentados, e hoje removidos pela prefeitura

Por Eduardo Sá
Publicado em www.fazendomedia.com.br

Em 1986 ocorreu um deslizamento no Morro dos Tabajaras e Ana Maria Rodrigues, que mora na comunidade desde 1972, perdeu um filho de 2 anos e 7 meses. Nesse período ela foi reassentada, junto com 10 famílias, na Estradinha, também no Tabajaras, onde existiam poucas casas na comunidade e hoje ocorre a remoção. Tem pessoas que moram no local desde que nasceram, há mais de 40 anos, segundo relatos dos moradores mais velhos, e em 1987 com o reassentamento chegaram ao todo mais 42 famílias.

“O governo do Conde queria remover a gente, e conseguimos provar que não éramos invasores. Em 2007, veio o César Maia, e continuamos aqui. A minha barraca foi derrubada, mais dez casas lá em cima, e agora começou no Eduardo Paes novamente. A rua, o esgoto, fomos nós quem fizemos. Veio o Favela Bairro com muitas melhorias para a gente, e ficou de voltar para fazer o restante só que mudou o governo e parou”, afirma Ana.

[...]
“Eu vou fazer o que na baixada, Santa Cruz , Realengo, Triagem? A nossa vida foi toda aqui na zona sul, então ele tem de assentar a gente na comunidade. No Tabajaras mesmo se ele procurar vai achar lugar para construir, ali embaixo tem um terreno enorme. A gente trabalhou uma vida, aí vou vender minha casa por 20, 30 mil e comprar aonde outra? Eu fiz a minha casa para morar e morrer aqui, e deixar para os meus filhos, não para vender por até 50 mil. Por que com o dinheiro que eles estão dando eu vou comprar uma casa em Botafogo? Em Copacabana? Ele que compre e me dê uma casa para abrigar 6 famílias que eu vou. Não estão nos dando opção”, diz Ana Rodrigues.

Prefeitura e Associação de Moradores estão em desacordo

O presidente da Associação de Moradores no Morro dos Tabajaras, Reinaldo Reis, acha que o atual Prefeito, Eduardo Paes (PMDB/RJ), não tem boas intenções para resolver os problemas dos pobres em sua gestão. Para o representante, o laudo do Instituto de Geotécnica do Município do Rio (Geo-Rio) não foi aprofundado, mas ele defende que se trata de profissionais concursados que não arriscariam as suas carreiras por questões políticas.

“Um laudo totalmente contraditório, feito por satélite, por helicóptero. Não veio ninguém para dizer que do ponto A até o ponto B corre risco porque existe uma grande pedra, ou porque o solo está arenoso. A gente não está aqui para questionar a Geo Rio, até acreditamos que lá tem pessoas concursadas e não vão colocar a caneta deles por causa de um administrador: respeitamos, uma vez que ele feito de uma forma mais apurada. A nossa briga com a prefeitura é de que ela tire realmente aonde existe risco, não de vir hoje e querer destruir toda uma história afirmando que toda essa comunidade corre risco”, critica a liderança a comunidade.

Segundo a defensora pública do Núcleo de Terras e Habitação, Adriana Britto, o caso da Estradinha, no Morro dos Tabajras, é o mais absurdo dentre as 8 remoções anunciadas pela prefeitura.

Leia o texto completo de Eduardo Sá.
Enviado por: Rosangela Barcelos

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Não às remoções: professor Miguel Baldez se posiciona e denuncia quem apóia as remoções

Lamentável, difícil de suportar o artigo recentemente publicado no O GLOBO por Adilson Pires, líder do prefeito Eduardo Paes na Câmara de Vereadores, dele e do PT, partido em que, de cambulhada com a Pastoral de Favelas, se encarreirou politicamente. Estranha e desrespeitosa combinação ente o céu e a terra que sob os auspícios e o conchavo do prefeito, se esbate com dissimulados rancores etnicidas na cabeça do indigitado cidadão.

Concretamente trata-se de desastrado e perverso projeto cujo objetivo é simplesmente trazer de volta à prática política o obsceno fantasma das remoções, pois, como poderiam dizer as comunidades, parafraseando Glauber Rocha, se, para você, a terra não é de Deus, também não é do diabo, como lhe pareceu no artigo. O GLOBO, embora tente, não é o inferno...

À exceção do Sr. Prefeito, que não tem qualquer compromisso com a construção da democracia no Brasil, de ontem, de hoje e do amanhã, esses senhores que agora confabulam com remoções massivas, enfrentaram, ou dizem que foi assim, os horrores da ditadura e conviveram com a tortura, diretamente ou através de histórias contadas, deveriam saber ou envergonharem-se por não saber que os fundamentais princípios da ética e da religião não permitiriam trocar a vida de uns poucos pela liberdade de outros, mesmo sendo muitos.

Pois, embora a maior ou menor intensidade da dor, não há diferença moral entre torturar o corpo do homem e da mulher ou expulsá-los de sua moradia e do convívio social, muita vez consolidado em solidário passar do tempo. E como o nobre vereador deixa passar forte ligação com a Pastoral de Favelas, uma verdade mal usada em seu artigo, convém lembrar que Dom Eugênio Salles ao criar as pastorais quis aparelhar e engajar a Igreja e a fé cristã na luta do povo pela vida e pela moradia em seu habitat, cabendo lembrar como testemunho daquele momento histórico o definitivo exemplo de Bento Rubião, o advogado.

Vale lembrar, enfim, que, como resultado destas lutas e sempre com a presença da Pastoral de Favelas nas lutas que se seguiram, a gente sofrida e excluída das áreas destinadas pela especulação imobiliária à produção capitalista da cidade, obteve importante vitória no campo institucional: a proibição das remoções. Pasmem vocês todos, políticos, administradores, prefeito, juízes, delegados, promotores: as remoções hoje são uma ilegalidade! Não acreditam, ou dizem não acreditar? Pois é assim: o art. 429 da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, com peso constitucional, ao criar a figura do remanejamento, restrito às áreas de risco, definida em laudo pericial com a participação da comunidade e na área próxima, proíbe a fraude histórica das remoções.

Mas é bom lembrar, em homenagem ao vereador articulista, que ele não anda só na perversa empreitada de justificar remoções e dizê-las democráticas. Os moradores do Horto Florestal vêm sofrendo duro assédio da atual direção do Jardim Botânico, assédio que atende pelo nome da Liszt Vieira, o Secretário de Habitação do Rio até recentemente era o Sr. Jorge Bittar e outros muitos, cautelosa e espertamente silenciosos, todos eles companheiros de partido do Sr. Adilson Pires.

Leia o texto completo na página da Associação de Moradores e Amigos do Horto.

Texto de: Prof. Miguel Lanzellotti Baldez
Enviado por:  Rosangela Barcelos

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Relator Especial da ONU considera que as mortes causadas pela polícia brasileira continuam em taxas alarmantes

O governo tem falhado em tomar todas as medidas necessárias
 
Nova Iorque, 1 de junho de 2010

"O dia-a-dia de muitos brasileiros, especialmente aqueles que vivem em favelas, ainda é vivido na sombra de assassinatos e violência de facções criminosas, milícias, esquadrões da morte e da polícia, apesar de importantes reformas do Governo", disse o Relator Especial da ONU sobre execuções extrajudiciais hoje, quando divulgou um Relatório de Seguimento sobre o progresso que o Brasil tem feito para reduzir mortes pela polícia desde a sua visita de 2007.

"Quando visitei o país, dois anos e meio atrás", disse o professor Philip Alston, Relator Especial da ONU, "Eu constatei que a polícia executou supostos criminosos e cidadãos inocentes durante operações ‘de guerra’ mal planejadas e contra-produtivas dentro das favelas. Policiais, que operam fora de serviço em esquadrões da morte e milícias, também mataram civis, como ‘justiceiros’ ou para obter lucro”.

"Atualmente, a situação não mudou dramaticamente. A polícia continua a cometer execuções extrajudiciais em taxas alarmantes", constatou o especialista da ONU.
"E eles geralmente não são responsabilizados por isso."

Através da revisão das ações do governo federal e estadual nos dois últimos anos, o relatório do especialista destacou que o Brasil apresentou melhorias notáveis em algumas áreas. "Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco investigaram milícias e esquadrões da morte e o fato de que alguns policiais foram presos é muito positivo", disse ele. "Além disso, novos esforços de policiamento comunitário em algumas poucas favelas do Rio de Janeiro são muito bem vindos, como é também a promessa do governo federal de aumentar os salários para melhorar a segurança antes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Mas estes esforços exigirão um impulso muito maior se forem para trazer a segurança que se espera dentro dos próximos quatro anos. " 

Em outras áreas-chave, no entanto, ele observou que muito pouco tem sido feito. "Autos de Resistência continuam a uma taxa muito grande", disse ele, referindo-se mortes causadas pela polícia que são depois relatadas como tendo ocorrido em auto-defesa. "Houve pelo menos 11 mil mortes registradas como ‘resistência seguida de morte’ em São Paulo e no Rio de Janeiro entre 2003 e 2009. As evidências mostram claramente que muitas dessas mortes na realidade foram execuções. Mas a polícia imediatamente as rotula de ‘resistência’, e eles quase nunca são seriamente investigados. O Governo ainda não acabou com esta prática abusiva”. O especialista concluiu que, de fato, as “resistências seguidas de morte” aumentaram em São Paulo desde 2007. Ele pediu ao Brasil para "abolir esta categoria que permite uma licença para atirar para a polícia, e para investigar esses assassinatos como quaisquer outras mortes."

Ele acho bem vinda a nova abordagem experimental da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro que substitui intervenções violentas de curto prazo em favelas pela presença da polícia a longo prazo e de prestação de serviços sociais. "O conceito da UPP é um passo adiante muito bem vindo, pois traz a perspectiva de segurança real e sustentada", disse ele. "Mas há também cada vez mais relatos de abusos cometidos contra moradores da favela pela UPP, e os serviços sociais prometidos nem sempre foram fornecidos." O principal desafio é expandir o programa, já que "centenas de favelas continuam ou intocadas ou ainda sujeitas à velha mentalidade de que invasões ocasionais e violentas podem trazer segurança. "

"O Governo do Brasil merece muito crédito por sua cooperação e abertura ao escrutínio externo", disse o Relator Especial.
"Mas ainda há muito a ser feito se o Governo quiser atingir o seu objetivo de reduzir as execuções extrajudiciais cometidas pela polícia."
* * *
O relatório do Relator Especial está contido em A/HRC/14/24/Add.4. Para mais informações, entre em contato com o Relator Especial, no seguinte endereço: sarah.knuckey@nyu.edu

Professor Alston foi nomeado Relator Especial da ONU em 2004 e apresenta seus relatórios para o Conselho de Direitos Humanos e a Assembléia Geral das Nações Unidas. Ele tem uma vasta experiência no campo dos direitos humanos, incluindo oito anos como presidente do Comitê das Nações Unidas sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, principal consultor jurídico para a UNICEF na elaboração da Convenção sobre os Direitos da Criança e Assessor Especial para o o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos. Ele é professor de Direito e Diretor do Centro de Direitos Humanos e Justiça Global na Escola de Direito de Nova Iorque. 

Para obter informações sobre o mandato do Relator Especial, consulte: www.extrajudicialexecutions.org.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Para ver no feriado: documentário sobre os efeitos da publidicade nas crianças

Veja abaixo "Criança, a Alma do Negócio", dirigido e roteirizado por Estela Renner, com produção executiva de Marcos Nisti. O documentário tem 48 minutos e já foi exibido na TV cultura e no Canal Futura. O filme foi disponibilizado na internet para que o maior número de interessados tenham acesso ao vídeo.


Assista: 

 Parte 1:




Parte 2:




Parte 3:


Parte 4:



Parte 5:



Parte 6:





Com informações do Blog Diga Não à Erotização Infantil.

Assembléias das comunidades em luta contra a Remoção - Junho

  • 02/06 – Assembleia da Comunidade Parque Columbia (Pavuna), ameaçada de remoção pela Prefeitura. Às 19:30h na Paróquia Na Sa do Perpétuo Socorro, Rua Gen. Etchegoyen, 199 (Jardim América).
  • 07/06 – Assembleia da Comunidade do Laboriaux (Rocinha), ameaçada de remoção pela Prefeitura. Às 20h, na Rua Maria do Carmo, bem no alto do Laboriaux, em frente às escola interditada injustificadamente pela Defesa Civil.
  • 08/06 – Assembleia da Comunidade Vila das Torres e assembléia geral do Conselho Popular, na comunidade Vila das Torres (Madureira), também ameaçada de remoção. Às 18h.
  • 22/06 – Reunião do Conselho Popular, das comissões e associações de moradores de comunidades ameaçadas de remoção, movimentos sociais e assessores jurídicos e técnicos. Às 14h30, na Pastoral de Favelas (Arquidiocese do Rio, Rua Benjamin Constant 23, Glória).
Fonte: Comissão de Comunicação da Rede contra a Violência

terça-feira, 1 de junho de 2010

Moradores da periferia de Foz (PR) mostram as diversas faces de sua cidade

Já sabemos que os meios de comunicação comerciais, ao falar sobre periferia ou qualquer movimento social, só tratam de temas como violência e tráfico de drogas, criminalizando assim seus moradores e justificando as barbaridades cometidas contra eles. Indo totalmente na contramão dessa prática, o documentário As Muitas Faces de Uma Cidade, produzido por Danilo Georges e Eliseu Pirocelli, retrata as muitas verdades de Foz do Iguaçu (PR) dando espaço à população que mora nas comunidades carentes das cidades.

As imagens das cataratas que abrem o filme são logo substituídas por cenas de contraste, que mostram a miséria e o descaso do poder público com em relação a esses locais. Essa situação é relatada com depoimentos de moradores e imagens que denunciam a falta de investimento público em direitos básicos como saúde, educação, cultura e infra-estrutura.

Além das entrevistas, a voz do povo pode ser ouvida com o hip hop presente em todo o filme, música de protesto que exige justiça social e denuncia as mazelas de uma cidade que exclui e silencia a classe trabalhadora. Ao final, a enchente na periferia nos lembra as tragédias recentes no Rio, fruto da omissão do poder público, mostrando que os problemas relatados no filme são comuns a muitas cidades pelo Brasil afora.

Veja o trailler do filme:

CD de rap d’O Levante denuncia violência do Estado contra periferia

O segundo CD do grupo de Rap O Levante  já está à venda. O disco, com nome Estado de direito. Estado de direita, traz 11 músicas que denunciam a falta da garantia dos direitos humanos da população negra, pobre e favelada. Um dos principais temas abordados nas composições é a violência contra esses setores praticada por órgãos do Estado, principalmente a polícia do Rio, a que mais mata no mundo. A grande mensagem é: “A opressão tem classe, sexo e cor. A revolução é um gesto de amor”.

No Rio de Janeiro, os CDs estão à venda por R$ 5,00 na loja Produto do Morro, que fica no camelódromo da Uruguaiana, Quadra D, N° 478 (acesso pela Rua da Alfândega). Também podem ser adquiridos diretamente das mãos do Coletivo de Hip Hop LUTARMADA. Para quem está fora do Rio, basta depositar R$ 15,00 no Banco do Brasil, Ag. 1508-3, Conta poupança 28130-1, em nome de Gás-Pá F. C. Souza, e mandar o endereço postal com o comprovante de depósito escaneado para o_levante@yahoo.com.br, que o CD chega via PAC.

Abertas as inscrições para a 3ª Mostra Luta!


Até o dia 15 de julho podem ser feitas inscrições de trabalhos para a terceira edição da Mostra Luta!. Além de vídeos, neste ano podem ser inscritos quadrinhos, poesias e fotografias. O evento é organizado pelo Coletivo de Comunicadores Populares e propõe a divulgação das lutas contra a exploração e a opressão capitalista, contra a concentração de renda e terra, contra o monopólio dos meios de comunicação, contra a progressiva perda de direitos e contra a criminalização dos que buscam lutar por esses direitos. Ou seja: mostrar tudo aquilo que não é divulgado pelos meios de comunicação comerciais.

A 3ª Mostra ocorrerá de 18 a 26 de setembro em Campinas (SP), e de forma itinerante em outras cidades do Brasil. Saiba mais sobre a mostra e como se inscrever em http://mostraluta.org

Militantes sem-teto da Bahia são ameaçados de morte

Estão sendo ameaçados de morte dois dos coordenadores do Movimento de Sem Teto da Bahia (MSTB): Miralva Nascimento, conhecida como D. Mira, e Pedro Cardoso. Eles suspeitam que as ameaças estão diretamente ligadas à luta contra a especulação imobiliária no terreno em que está a ocupação Quilombo de Escada, no bairro de mesmo nome em Salvador. 

A situação pode estar relacionada à aprovação recente de um projeto de moradia construído pelo MSTB em parceria com a Organização Arquitetos Sem Fronteiras. O projeto é uma conquista após quatro anos de luta dos militantes que ocupam o local, e prevê a construção de 280 unidades habitacionais para as famílias da ocupação. O início das obras está marcado para o começo de junho e terminam em um ano e meio.

Assim que houve a aprovação do projeto, D. Mira passou a receber constantemente ligações telefônicas anônimas com ameaças de morte. O MSTB realizou uma assembleia no dia 25/05 na ocupação, e os moradores reafirmaram que as casas construídas no local serão destinadas a quem já estiver cadastrado e efetivamente morando na Quilombo de Escada. A afirmação atingiu diretamente os interesses de especuladores imobiliários.

O outro militante do Movimento Sem Teto do Estado, Pedro Cardoso, também vem sendo ameaçado por telefone. Ele informa que os especuladores estão tentando mobilizar pessoas para impedir a viabilização do projeto de moradia construído de maneira coletiva. O MSTB já comunicou a situação à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) e à Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJCDH).

Fonte: Boletim NPC

Pressão e competitividade no emprego prejudicam saúde do trabalhador

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até 2020 a depressão passará da 4ª para a 2ª das principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. A doença pode ser explicada pelo aumento da competitividade no mercado de trabalho nos últimos anos, quando a responsabilidade pelo desemprego passou a ser atribuída unicamente aos trabalhadores.

Os efeitos foram rotinas estressantes e funcionários submetidos à pressão contínua na busca de resultados e melhora de desempenho. Estes fatores afetaram diretamente a qualidade de vida e a saúde dos funcionários, causando inclusive quadros de depressão.

Ao avaliar o número de afastamentos do trabalho, o Ministério da Previdência Social constatou que os transtornos mentais e comportamentais representaram mais de 1/3 dos casos entre 2000 e 2005 (33,5%), ao lado dos distúrbios musculares relacionados ao trabalho. As áreas profissionais mais afetadas pelos transtornos do humor são mercado financeiro, refino de petróleo, transporte ferroviário urbano e bancos comerciais.
Fonte: Sindicacau, de Ilhéus-BA

Sociedade poderá votar pelo limite de propriedade de terra no Brasil em Plebiscito Popular


Você acha que deveria haver um limite para as propriedades de terra no Brasil?
Entre os dias 1º e 7 de setembro deste ano, a sociedade brasileira terá a oportunidade responder a essa pergunta através de um plebiscito popular. A iniciativa é do Fórum Nacional Popular pela Reforma Agrária e Justiça no Campo e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Diversas organizações e entidades sociais já começaram a se articular para preparar a consulta. A ideia é, até setembro, conscientizar e mobilizar a população brasileira sobre a importância do limite, e mostrar como a concentração de terras interfere negativamente na estrutura política, social, geografia e econômica do país.  

O plebiscito irá propor um limite de 35 módulos fiscais para as propriedades rurais. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), módulo fiscal é a unidade que "serve de parâmetro para classificação do imóvel rural quanto ao tamanho".

De acordo com a Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra, a inclusão na Constituição dessa limitação "resultaria numa disponibilidade imediata de mais de 200 milhões de hectares de terra para as famílias acampadas, sem despender recursos públicos para a indenização dos proprietários".

Os interessados em participar da Campanha já podem assinar e divulgar o abaixo-assinado em apoio à proposta de emenda. Para se tornar um projeto de lei de iniciativa popular, são necessárias 1,5 milhão de assinaturas.
Conheça a campanha e divulgue: http://www.limitedaterra.org.br/index.php.            

Fonte: ADITAL

Rádio Comunitária de Heliópolis (SP) comemora 18 anos

Os moradores da favela Heliópolis, Zona sul de São Paulo, comemoraram em 8 de maio os 18 anos da rádio comunitária do local. Nesse dia foi feita uma grande festa, com direito a música, brincadeiras para a criançada, distribuição de brindes, prestação de serviços e show com artistas para festejar as quase duas décadas de muitas lutas e conquistas. A rádio, criada em 1992, só conseguiu sua outorga em 2008.

A missão da Rádio Heliópolis é, segundo propaganda veiculada na própria emissora, “promover a cidadania, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento da comunidade”. A sua programação é bastante variada e vai ao ar todos os dias, das 6h até meia-noite. São cerca de 40 locutores valorizando o dia-a-dia da comunidade, que conta com mais de 25 mil habitantes.

Para ouvir a Rádio Heliópolis e conhecer melhor a sua história, acesse http://www.heliopolisfm.com.br