sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O que é essa tal liberdade...?

*Tatiana Lima

Em agosto, duas repórteres do coletivo Vozes das Comunidades participaram do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizadao em SP. Gizele Martins e Tatiana Lima, gravaram cinco vídeos. São testemunhos de palestrantes que explicam um pouco desse novo mundo da Blogosfera e da imprensa alternativa, que cumpre a função social inerente a profissão de jornalista e comunicador.

Reunimos neste post, os vídeos referentes ao evento. A idéia é facilitar a vida de quem tem interesse no tema. Paulo Henrique Amorim, Tulio Vianna, Lucio Filho, Georgia Pinheiro, comentam sobre essa tal liberdade de expressão, tão falada, citada e reivindicada. Também está aqui, o vídeo com a leitura da carta do jornalista Lucio Flávio.  Na verdade, uma aula de jornalismo, deste professor e jornalista, que se autodenomino apenas um blogueiro de papel.

Veja os Vídeos:


Liberdade de expressão tem preço



Censura do capital interfere na liberdade de expressão


Os Blogs acabam com a máscara da grande imprensa  

Carta do jornalista Lúcio Flavio, o blogueiro de papel 
 

Estamos aqui é para defender a liberdade de expressão


*vídeos -Gizele Martins e Tatiana Lima

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Grito dos Excluídos: cada um com a sua bandeira, gritando por causas comuns

* Rafael Lopes

Sem-teto, sem-terra, camelôs, vítimas de remoção e da violência policial, mulheres, cultura e comunicação popular. Toda essa gente participou do 16º Grito dos Excluídos, realizado no dia 7 de setembro. 

 
Muitos movimentos sociais e grupos políticos compareceram ao 16º Grito dos Excluídos, um evento de luta contra desigualdades, coordenado pela Confederação Nacional dos Bispos (CNBB), desde 1995. ”A idéia é aproveitar o Dia da Pátria para mostrar que não basta uma independência politicamente formal. A verdadeira independência passa pela soberania da nação”, diz texto publicado no site do Grito do Excluídos. Foi uma manifestação popular, onde o espaço foi dividido por pessoas, igrejas, entidades e grupos comprometidos com as causas dos marginalizados pela sociedade.


O Jornal Vozes das Comunidades, produzido durante o curso de Comunicação Popular do NPC, foi super disputado. A edição de 5 mil exemplares acabou em dois dias. "Nunca vi o que está escrito neste jornal sobre remoção de favelas em lugar nenhum", disse Jorge Silva, da Vila Recreio, comunidade ameaçada. 

Os fotógrafos populares apresentaram lindas imagens na avenida. A banquinha do Plebiscito sobre o limite da propriedade da terra funcionou o tempo todo.

O Batalhão de Choque e o Bope foram tremendamente vaiados pelos participantes do Grito. 


E o bloco Se Benze que Dá, da Maré, merece todos os nossos aplausos. Fizeram do Grito, um Grito também de alegria. 

Com a palavra, os excluídos
Genésio da Silva, 46 anos, morador da comunidade da Mangueira, nas proximidades do Metrô, região onde será construído um estacionamento para a Copa em 2014, conta que a prefeitura Rio de Janeiro ameaça está ameaçando de remoção os moradores do local. Segundo Genésio algumas casas já foram marcadas. “Querem tirar agente de lá a força. Mas não podemos ir para qualquer lugar. Precisamos de um lugar digno. Eles estão tratando agente feito cachorro”, denuncia.

Apoio e união são as palavras que melhor traduzem o espírito do Grito dos Excluídos. O MST de Valença, interior do estado do Rio, veio para somar suas forças ao movimento. O integrante do MST César Augusto, 41 anos, afirma que o grupo saiu de Valença para contribuir com a manifestação. “Viemos para participar Grito dos Excluído pois acreditamos na força coletiva”, declarou César.

A pedagoga e integrante da Associação Mangueira Vestibulares (AMV) Carla da Silva, 33 anos, defende a manutenção dos pré-vestibulares populares, como forma e inclusão social e maior espaço dentro das Universidades Públicas, e na conscientização dos jovens excluídos. “Buscamos dialogar além dos conteúdos didáticos cobrados no vestibular. Também queremos a conquista da cidadania pela educação, para mudarmos a realidades desses jovens

Fotógrafos, moradores da ocupação Manoel Congo, jornais comunitários, universitários, entre outros. A união dos movimentos sociais, cada um com sua bandeira, entretanto, gritando unidos por causas comuns foi a marca do Grito dos Excluídos 2010.

Para ler a versão impressa do Vozes das Comunidades, clique aqui

 
 



* Rafael Lopes é repórter do jornal Vozes das Comunidades
Fotos - Ana Vaz
Edição - Tatiana Lima


domingo, 5 de setembro de 2010

No ar, a Rádio Santa Marta: mais uma conquista dos trabalhadores

Entrou no ar na segunda-feira (30/8), a Rádio Santa Marta, rádio comunitária do morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro. O objetivo da iniciativa, que no momento é comandada pelos moradores Emerson Claudio Nascimento dos Santos (MC Fiell), Luís Fernando (Lula) e Alan Barcelos, é fazer com que a comunidade fique ligada nas suas próprias notícias. Na programação musical, a ideia é tocar o que não se escuta nas rádios comerciais, como músicas de artistas da própria comunidade e manter 
uma diversidade de estilos. 

A Rádio está instalada provisoriamente no espaço onde funciona o Coletivo Visão da Favela Brasil. Os equipamentos foram doados pelo músico Marcelo Yuca. 

“Como não somos profissionais, estamos em fase de adaptação, aprendendo com a prática. Nosso objetivo é passar informações e um bom conteúdo”, conta o locutor Alan, que no primeiro dia de transmissão ainda estava nervoso, mas logo se acostumou e tomou gosto pelo trabalho.

Lula, que há muitos anos trabalha para instalar uma rádio comunitária no Santa Marta está muito feliz com o início das transmissões. “Neste começo estamos trabalhando muito. Muito mesmo. Mas é maravilhoso. Dá muita satisfação fazer esse trabalho. Esperamos que a comunidade se habitue a enviar críticas e sugestões e que a rádio seja a voz da comunidade”, declara.

Já no quarto dia de funcionamento da rádio, quando foi feita essa matéria, parece que isso já está acontecendo. No caminho do asfalto até a rádio, bares e casas sintonizadas na programação e muitas ligações de moradores pedindo músicas e mandando recados.

O jornalista, radialista e técnico em eletrônica Arthur William teve papel muito importante na criação da rádio. A rádio pega em todo o bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na FM 103,3, mas pode ser ouvida em todo o mundo pelo site www.radiosantamarta.com.br.  Para pedir música e mandar recado é so ligar para o telefone da rádio: 3062-0662.

O estatuto da rádio está sendo construído para que a rádio possa ficar completamente legalizada e também será criado um conselho para avaliar a programação.

A rádio teve a primeira transmissão experimental durante uma aulas do curso  Comunicadores Populares, do Núcelo Piratiniga de Comunicação. No dia, forma os próprios estudantes do curso que de forma coletiva, montaram a antena da rádio. 

Na transmissão experimental, os estudantes aprenderam e emocionaram-se com a oportunidade de participar do projeto. Além disso, tomaram consciência de como um rádio pode desempenhar uma função social para e pela comunidade. 

Compreenderam também o porque de tantas rádios serem perseguidas. Afinal, imagina esse poder de comunicação na mão de todos os trabalhadores, em cada periferia desse Brasil?

A rádio funciona das 8h às 0h. A programação é diversificada. Tem programa para as ciranças, o "Fala Zé" (papo de sambista), informe da associação de moradores, programação gospel, jornal de notícias.

Tem também o "Conexão Periferia", o "Recodar é viver", onde só toca funks antigos, além de muito charme, rock, forro, faixas de horários onde fica todo mundo junto e misturado, noticiário Latino Americano, e claro, "Nas Baladas", com muito Funk. Afinal, Funk é cultura do morro e carioquissíma!

Veja o vídeo do coordenador do Brasil, da Associação das Rádios Comunitárias, João Malerba, comentando sobre a perseguição das rádios comunitárias no Brasil. O vídeo foi gravado durante a primeira transmissão experimental da rádio, que ocorreu  na aula do curso de Comunicadores Populares, do NPC.





* Texto - jornalista Marina Schneider - NPC /  Vídeo e Fotos Tatiana Lima